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Controle da primeira geração reduz presença de cigarrinhas nos canaviais | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Controle da primeira geração reduz presença de cigarrinhas nos canaviais

Benefícios dessa estratégia, que utiliza ferramentas de monitoramento, foram detalhados durante live realizada pela Cyan Agroanalytics

A antecipação do monitoramento e controle da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), principalmente nas áreas de cana-de-açúcar com acumulados de chuvas mais elevados, proporciona uma melhora significativa na eficiência no combate dessa praga. Isso é o que demonstrou o professor Newton Macedo, com doutorado e mestrado em Engenharia Agronômica pela Esalq/USP, durante a live “Chuva x Cigarrinhas”, realizada pela Cyan Agroanalytics em 29 de setembro.

Atualmente, a cigarrinha-da-raiz figura como a segunda principal praga dos canaviais, só perde para a broca-da-cana. Presente em diversas regiões, a cigarrinha apresenta elevadas populações no Centro-Sul e em alguns Estados do Nordeste do País. Essa praga gera perdas consideráveis em áreas de cana crua, tanto na produtividade agrícola, como na redução de açúcar ao sugarem a seiva e injetarem toxinas, ocasionando desordem fisiológica. Essas injúrias provocam a morte de perfilhos, encurtamento, rachadura, brotações laterais e murchamento dos colmos, que provocam redução na quantidade e qualidade do açúcar recuperável e aumento no teor de fibras. Essas perdas podem provocar reduções de produtividade que variam de 25% a 60% na cana-soca, e chegam a 11% na cana planta.

A infestação das cigarrinhas ocorre no período chuvoso e seu ciclo se fecha entre 45 a 60 dias. As ninfas se alimentam das raízes e os adultos das folhas, para se alimentar injetam substâncias que são tóxicas à planta, por isso as folhas começam a amarelecer, em seguida secam e o perfilho todo pode morrer e o colmo todo pode morrer. A palha que fica no solo favorece bastante o aumento da população de cigarrinha porque o solo fica mais úmido.

Após o pico de infestação, a fêmea quando acasalada coloca os ovos no solo, perto das plantas, desses ovos em 15 dias nasce uma ninfa que já se dirige às raízes, começam a sugar, produzindo uma espuma que é para a sua proteção. Sugam por cerca de 40 dias até se transformar em adultos.

Um dos grandes segredos para reduzir a população desse inseto é realizar o controle da primeira geração de cigarrinha, cujos ovos começam a eclodir no início de outubro devido às condições favoráveis de umidade de solo proporcionadas pelas chuvas da Primavera. “Um acumulado de 60 a 70 mm em um período de 15 dias já é suficiente para o aparecimento da primeira geração de cigarrinhas”, alertou Newton Macedo durante a sua participação no evento.

E essa eclosão de ninfas, a partir dos ovos viáveis que sobreviveram ao período de seca de aproximadamente sete meses, vai ter impacto no aumento na população da segunda, terceira e, eventualmente, quarta geração – explicou. O ciclo de cada geração é em torno de sessenta dias.

Os benefícios do controle da primeira geração são incalculáveis – ressaltou Newton Macedo. Evita as perdas no canavial provocadas pela cigarrinha e reduz as aplicações de agroquímicos, que têm um custo mínimo de R$ 300,00 por hectare, nos meses subsequentes – exemplificou. Segundo ele, se todos os produtores adotassem o controle da primeira geração, a praga seria praticamente erradicada.

O especialista advertiu ser um equívoco esperar um pouco mais para a aplicação de inseticidas, após o início da incidência, para se tenha um melhor efeito residual do agroquímico conforme argumentam alguns produtores. “Ao contrário, com essa medida, aumenta a possibilidade de não se obter um controle eficiente”, enfatizou.

Os avanços no controle da cigarrinha estão ocorrendo por causa de um conhecimento mais aprofundado da bioecologia da praga no campo e, especificamente, da sua interação com o clima – destacou Newton Macedo, que tem 52 anos de experiência em atividades agronômicas. Ele já atuou em diversas áreas do setor sucroenergético, inclusive em cargos de liderança, trabalhando também como professor, pesquisador e palestrante. Atualmente é sócio-diretor da Araújo & Macedo Ltda, que é uma consultoria especializada no controle de pragas da cana-de-açúcar.

Durante a sua trajetória, Newton Macedo acompanhou a escalada da cigarrinha-das-raízes nos canaviais. Essa praga começou a ter maior incidência devido à colheita mecanizada de cana crua, que criou um microclima favorável para o seu desenvolvimento e propagação por causa da presença da palha nessas áreas.

“Nos últimos vinte anos muita coisa mudou no controle da cigarrinha”, observou. Houve a realização de testes com novas moléculas, que possibilitaram o lançamento de produtos com maior eficácia no combate dessa praga – constatou. Mas, é o estudo da bioecologia – salientou – da cigarrinha-das-raízes que está criando possibilidades de controle

Balanço hídrico - Após o período de seca, que ocorre no Outono e Inverno, a incidência da cigarrinha-das-raízes em diversas áreas e fazendas de cana-de-açúcar costuma gerar preocupação e correria para que haja uma redução da população desse inseto. Surgem as dúvidas: quando e por onde começar o combate dessa praga?

“É preciso fazer o controle no timing ideal”, afirmou Newton Macedo durante a live promovida pela Cyan. Em locais com ninfas de cigarrinhas, com acumulado de 60 a 70 mm de chuvas em um período de 15 dias, há a indicação da necessidade de aplicação de inseticida – esclareceu. Segundo ele, nesses casos, entre 15 a 21 dias, já pode começar a aparecer espuma na base da cana, o que sinaliza o início do ataque de insetos.

Para definir rapidamente os locais que exigem ações prioritárias de controle, a Cyan Agroanalytics possui uma ferramenta denominada “Balanço Hidríco”, que faz o mapa do acumulado de chuva, fazenda por fazenda, durante uma semana, quinze dias, um mês. Com essas informações, é possível saber quais são as áreas com 60 mm de acumulado de chuva e onde deve ser priorizada a pulverização – ressaltou o engenheiro mecânico Ricardo Raiji Imai, sócio da Cyan, que também participou da live.

Na hora de tomar a decisão sobre as áreas prioritárias, é preciso levar em consideração os locais que têm histórico de incidência de cigarrinhas – afirmou. A ferramenta “Balanço Hídrico” mostra onde tem excesso de água, déficit hídrico, fornecendo ainda informações sobre chuva diária, evapotranspiração potencial e evapotranspiração real.

Outra solução, que ajuda a gerenciar o controle de cigarrinhas, é o módulo “Previsão”, da Cyan, que mostra o acumulado de chuva para os próximos dias. Mapas indicam as anomalias de precipitação, alertando quais áreas podem estar acima ou abaixo da média. Esse produto fornece informações sobre a previsão e a distribuição da chuva por fazenda, atualizadas diariamente, para os próximos nove dias.

A empresa disponibiliza ainda a “Janela de Aplicação”, que evita desperdício de produto na hora da pulverização por causa das condições climáticas. Essa ferramenta indica quais são os dias mais recomendados para a aplicação, levando em consideração as variações de temperatura, vento e umidade, conforme detalhou Ricardo Imai durante o evento realizado pela Cyan.

Benefícios econômicos - A realização do controle na primeira geração de cigarrinhas gera uma redução significativa de custos, possibilitando fazer a aplicação de produtos via terrestre, o que geralmente custa menos que a operação aérea – exemplificou Newton Macedo durante a participação na live.

Entre outras vantagens econômicas proporcionada por essa estratégia de manejo, ele citou o aumento da performance do inseticida, permitindo controle da praga em muitas áreas, com uma única aplicação no ciclo da cultura. Segundo ele, outro benefício – quando há o controle da primeira geração – é que a planta não convive com a praga, que compete por seiva e a intoxica, em um período crucial do desenvolvimento da lavoura.

O controle antecipado deixa de ocasionar perdas na quantidade e qualidade de cana produzida que poderiam ocorrer durante a segunda geração de cigarrinha, mesmo quando o combate nesse período é realizado de maneira eficiente – comentou. A falta de controle dessa praga, logo após o início das chuvas da Primavera, aumenta também as chances da realização de uma segunda aplicação de agroquímico no ciclo da cultura.

O combate da primeira geração de cigarrinhas não é uma aplicação preventiva. Mas, uma aplicação antecipada, porque já se sabe que haverá um aumento da população de insetos nas áreas que estão sendo monitoradas – ressaltou Newton Macedo.

Mais informações: https://cyan-agro.com.br/controle-biologico-da-cigarrinha-na-cana-de-acucar/

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