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Calote das usinas de cana revela crise sucroenergética no MS | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Calote das usinas de cana revela crise sucroenergética no MS

Parte dos proprietários que arrendaram para plantio de cana não está recebendo Calote das usinas de cana revela crise sucroenergética no MS

O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul vive seu momento mais crítico, com parte das usinas não conseguindo honrar compromissos contratuais com parceiros, fornecedores e até com trabalhadores. A situação vivida na década passada no interior de São Paulo, quando dezenas de usinas de açúcar e álcool encerraram as atividades e deixaram milhares de produtores rurais, fornecedores e metalúrgicas em situação de insolvência, começa a se repetir em Mato Grosso do Sul.

Segundo matéria no jornal O Progresso, um levantamento realizado pela União das Usinas de Cana-de-Açúcar (Única) revela que diversas de empresas podem interromper a produção nos próximos meses, algumas delas localizadas em Mato Grosso do Sul. De cerca de 330 usinas de açúcar e etanol da região centro-sul, 60% correm o risco de fechar as portas ou mudar de dono em dois ou três anos. De 2008 a 2013, mais de 70 usinas foram desativadas no país e outras 67 entraram em recuperação judicial.

Dourados, um dos mais importantes polos regionais sucroenergéticos do Estado, que atraiu dezenas de empresas do interior de São Paulo para produzir peças e implementos para usinas de açúcar e álcool, está no olho do furacão com a Usina São Fernando. Em recuperação judicial desde 13 de abril de 2013, quando o juiz Jonas Hass da Silva Júnior, da 5ª Vara Cível de Dourados, considerou a capacidade da empresa em honrar, de forma escalonada e com prazos diferentes, os compromissos que têm com bancos, fornecedores, fiscos estadual, federal e municipal, Previdência Social e trabalhadores, a empresa não tem conseguido honrar os compromissos.

Na época, a São Fernando devia R$ 1.246.755.441,39. Desse total, exatos R$ 1.070.342.400,21 eram devidos para os bancos. O juiz nomeou a empresa Vinícios Coutinho Consultoria e Perícias, de Campo Grande, como administradora do processo de recuperação. Passados quase dois anos, a saúde financeira da Usina São Fernando ainda está na UTI e as principais quebras de contrato na região de Dourados envolvem a empresa, tanto nos arrendamentos de terra para cultivo de cana, quanto no fornecimento de insumos, peças e implementos.

O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damalia, afirma que tem sido procurado por produtores rurais preocupados com o calote nos contratos de arrendamento. “O sindicato está acompanhando de perto esse problema e já pensa em mobilizar a classe política para discutir a situação não apenas da São Fernando, mas, também, das demais usinas da região que não atravessam um bom momento e acabam penalizando o produtor rural”, ressalta Damalia. “Num primeiro momento estamos disponibilizando orientação jurídica aos nossos associados, mas a informação que temos é que muitos só conseguem receber através da Justiça”, finaliza.

O produtor Luiseu Bortoloci, presidente do Sindicato Rural de Laguna Carapã, município que sofre grande impacto com a São Fernando, relata que dezenas de proprietários que arrendaram suas fazendas para a Usina São Fernando estão sem receber. “Alguns contratos estão atrasados há mais de seis meses, mas a maior parte está há mais de ano sem ver a cor do dinheiro”, relata Bortoloci. “A situação é muito grave, tanto que produtores estão tentando anular os contratos e, nesse ritmo, chegará a hora em que a usina não terá área para cultivar sua matéria prima”, alerta.

Antônio Maran, presidente do Sindicato Rural de Caarapó, explica que na área de atuação da entidade que ele preside os únicos problemas em contrato de arrendamento ocorrem com a Usina São Fernando. “Quem tem contrato com a Nova América, que fornece cana-de-açúcar para a Raízen, está recebendo em dia, mas os produtores que arrendaram para a São Fernando estão há meses sem receber”, enfatiza Maran. “Sou capaz de afirmar que na nossa base sindical não existe um único proprietário interessado em arrendar terra para a São Fernando”, ressalta.

Outro lado
Procurada pela reportagem, a direção da Usina São Fernando reconheceu ontem problemas com os contratos, mas garantiu que são questões pontuais e que todos estão sendo colocados em dia pela empresa. A diretoria enfatizou que a receita ainda não atingiu um superávit para fazer frente às despesas e que a prioridade, desde que a recuperação judicial foi iniciada, tem sido o pagamento dos salários dos mais de 3 mil funcionários da São Fernando.

Ainda assim, garante a direção da empresa, os contratos de parceria estão sendo acompanhados com atenção e a maioria está sendo colocado em dia. A empresa iniciou o pagamento dos atrasados em dezembro, deu continuidade em janeiro e estará quitando mais parcelas em fevereiro. Por fim, a direção da São Fernando garante que enxerga os parceiros como indispensáveis porque são eles que ajudam a produzir a matéria prima que é razão de existir da usina


Fonte: Agora MS

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