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Bunge evapora empregos e divisas numa gota de etanol | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Bunge evapora empregos e divisas numa gota de etanol

Será que a direção da Bunge – presidida pelo presidente do Conselho Deliberativo da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar – Única e ex-ministro Pedro Parente (foto) - ao menos sinalizou às autoridades brasileiras o que iria fazer ou simplesmente mandou os interesses do país às favas em nome única e exclusivamente do seu próprio proveito?

Em meio à grave crise da indústria sucroalcooleira nacional e aos esforços do governo para aumentar a geração de divisas, o grupo decidiu importar para o Brasil etanol de milho produzido nos Estados Unidos.

A primeira remessa está prevista para desembarcar amanhã no Porto de Itaqui, no Maranhão. São 12,5 milhões de litros de álcool trazidos pelo navio Songa Hawk, com bandeira das Ilhas Marshall.

Vista isoladamente, a operação não tem maior relevância.

Este volume é uma gotícula, quase um vapor se comparado aos números do mercado brasileiro – no ano passado, foram consumidos mais de nove bilhões de litros de etanol.
No entanto, há fortes indícios de que este é o prenúncio de uma nova estratégia da Bunge no país: sai a produção de álcool de cana de açúcar e entra em cena uma política de importação do bicombustível extraído do milho.

Em outras palavras: a companhia passaria a exportar emprego, investimentos e divisas. No mapa da Bunge, o Brasil deixaria de ser um centro produtor para se tornar um mero depositário do álcool norte-americano.

Todas as placas da estrada parecem apontar numa mesma direção. É sintomático que o embarque de etanol norte-americano tenha se dado justo no momento em que a Bunge procura um comprador para suas usinas de álcool no Brasil, uma operação extremamente deficitária e mal vista pela matriz.

Mais revelador ainda é que a exportação do álcool a base de milho se dê no instante em que os Estados Unidos avaliam a redução do percentual do combustível misturado à gasolina.

E igualmente indicativo é que o fato de que o Brasil caminha na mão contrária: no ano passado, elevou de 20% para 25% o volume de álcool adicionado à gasolina e a tendência é de novos aumentos. As peças do quebra-cabeça se encaixam.

Esta primeira remessa de 12,5 milhões de litros de etanol de milho seria uma espécie de test driver, o embrião de uma estratégia mais agressiva de importações, que permitiria à Bunge despejar no Brasil o excedente de álcool não consumido nos Estados Unidos.

Desta forma, a companhia poderia arbitrar o destino da sua produção em função da demanda em dois dos maiores mercados consumidores de biocombustível do mundo.

E isso, ressalte-se, sem ter sobre as costas o peso de uma operação industrial submersa em prejuízos, como é o caso do seu parque de refino de cana de açúcar no Brasil. Mais cômodo, impossível.

A não ser, logicamente, pelo custo intangível de a Bunge se tornar persona non grata junto ao governo brasileiro


Fonte: Relatório Reservado

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